sábado, 17 de setembro de 2011

Líder luterano homenageia o testemunho profético do Bispo Frenz

Antonio Carlos Ribeiro

A vida, obra e testemunho do Bispo Helmut Frenz, falecido dia 13, na Alemanha, foram lembrados em depoimento do secretário-geral da Federação Luterana Mundial (FLM), Rev. Martin Junge. Ele manifestou condolências em nome da comunhão luterana à família, amigos e colegas, e rendeu tributo por sua atuação como defensor dos direitos humanos quando atuou no Chile – onde ainda o conheceu como pastor – e na Alemanha.


O ex-presidente da Igreja Evangélica Luterana no Chile trouxe à memória a atuação de Frenz em defesa da população durante a ditadura chilena, chamando-o "um dos maiores profetas luteranos de sua geração, um campeão corajoso e intransigente na busca por justiça e direitos humanos", que chegou ao Chile em 1965, foi eleito bispo em 1970 e atendeu ao chamado do evangelho para trabalhar pela justiça.

"Já antes do golpe violento de 11 de Setembro de 1973, ele foi um dos líderes dos esforços de salvamento para proteger os latino-americanos que fugiram para o Chile. Após o golpe, ele ajudou a organizar esforços para proteger aqueles que estão sendo alvo do regime de Pinochet, e para responsabilizar o regime por usar a tortura, o desaparecimento, o exílio e outras graves violações dos direitos humanos", lembrou Junge.

Frenz se tornou uma importante figura ecumênica no Chile ao somar esforços com os católicos romanos e os evangélicos nas questões de justiça, esforço reconhecido pelo Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), que lhe concedeu o Prêmio Nansen. No ano seguinte, na Europa, recebeu a informação de que ditadura militar chilena não o deixaria voltar ao seu campo de trabalho pastoral.

Diante disso Frenz passou a atuar como secretário-geral da Anistia Internacional, Seção Alemã, em defesa dos direitos humanos. Junge acrescentou que ao voltar à atuação eclesial, "ele foi um campeão para as vítimas de tortura, os refugiados e os migrantes na Alemanha e ao redor do mundo".

Ele se tornou afortunado por viver o suficiente para ver o fim do regime do General Augusto Pinochet, ser condecorado com a Medalha de Honra do Parlamento chileno, em 2001, e receber o título de “Cidadão Honorário do Chile” das mãos da Presidente Michele Bachelet, em 2007, que apresentou como razão o fato do “Chile ter crescido em seu coração”, disse Junge e deu "Graças a Deus por Helmut Frenz!"

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