sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Anistia Internacional convida Marcelo Freixo a deixar o país

ALC

O deputado estadual Marcelo Freixo, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) do Rio de Janeiro, aceitou o convite da Anistia Internacional e vai deixar o país por causa das ameaças de morte sofridas.

Tradição de Defesa dos Direitos Humanos

A Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro divulgou nota dizendo que investigou a ameaça de morte. O parlamentar ironizou a divulgação, dizendo que o mesmo procedimento foi adotado em relação à juíza Patrícia Aciolli, morta a tiros, no dia 12 de agosto, quando se aproximava da entrada do condomínio onde residia, em Niterói.

Crítico do governo estadual e em especial do setor de Segurança, disse ter relações “republicanas” com o secretário José Mariano Beltrame, que lhe garantiu que todas as ameaças foram investigadas. Ele observou, ao mesmo tempo, que nunca recebeu nenhum resultado dessa investigação, que o secretário argumentou ser sigiloso.

A saída do deputado para o exterior por causa das ameaças, pelo fato de o Estado não ter assumido sua segurança e diante da morte da juíza por agentes públicos, ganhou destaque em jornais internacionais. O Fox News divulgou que as “ameaças da polícia corrupta que aterroriza as vizinhanças cariocas” é a principal causa da ida do parlamentar para a Europa, lembrando que as milícias são integradas por policiais, bombeiros e políticos, e atuam como grupos paramilitares.

Freixo entrega o relatório das Milícias à AI

A agência Reuters o descreveu como um conhecido deputado estadual pelo Rio de Janeiro que tem que abandonar seu país por causa de ameaças de um grupo paramilitar que ele foi responsável por investigar. O diário inglês The Guardian disse que ele é um ativista pelos direitos humanos, com trabalho em presídios e favelas, e foi ameaçado por uma milícia violenta e poderosa.

Freixo presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) em 2008 e indiciou mais de 200 pessoas, entre policiais e políticos. Desde então, o deputado passou a sofrer ameaças. Ele se licenciou da Alerj, vai viajar com a família. “Vou aproveitar par divulgar esse relatório da CPI das milícias lá fora”, cutucou.

Representantes de diferentes partidos políticos e entidades fizeram um ato em defesa do deputado, depois que um documento da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar apontou que Freixo seria alvo de atentado. Segundo o documento, o miliciano conhecido como Carlão planejava o assassinato, pelo que receberia dinheiro de um ex-PM se executasse o deputado.

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