quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Slovaks visit the oldest Lutheran community in Brazil
Nova Friburgo, Thursday, January 26, 2012 (ALC) - A Lutheran’ group of the Republic of Slovakia visited the Community of Nova Friburgo, in 22th January.
50 components, led by Pastor Miroslav Hvozdara, participated in the Sunday service, watched a movie about the efforts of the congregation before the last year tragedy - when heavy rains caused the collapse of hills and slopes - known the Lutheran Memorial and visited the oldest cemetery Lutheran in operation.
The group went through the South American countries and decided to visit the Lutheran Community of Nova Friburgo, founded in May 1824 by a group led by Friedrich Osvald Sauerbronn - who was parish priest in Becherbach, Germany. Sauerbronn traveled aboard the frigate Argus, the first vessel to bring the German immigrants who formed the first community on Brazilian soil, which he was the first Lutheran pastor.
The service was celebrated in English, Portuguese and Slovak, with participations in German, providing a cultural diversity among Lutherans. The community Coral showed up and caught the attention of Europeans. At noon, a barbecue lunch, tropical fruit flavors, know the Cemetery Jardim da Paz (Garden of Peace) and asked questions about the beginnings of the Lutheran Church on Brazilian soil.
Eslovacos visitam a mais antiga comunidade luterana brasileira
Nova Friburgo, quinta-feira, 26 de janeiro de 2012 (ALC) - Grupo de luteranos da República da Eslováquia visitou a Comunidade de Nova Friburgo, no dia 22.
Liderados pelo pastor Miroslav Hvozdara, os 50 componentes participaram do culto dominical, assistiram um filme sobre o esforço da congregação frente à tragédia do ano passado, quando as fortes chuvas provocaram desmoronamento de morros e encostas, conheceram o memorial luterano e visitaram o mais antigo cemitério luterano em funcionamento.
O grupo passou por países sul-americanos e decidiu visitar a Comunidade Luterana de Nova Friburgo, fundada em maio de 1824 pelo grupo liderado por Friedrich Osvald Sauerbronn - que foi pároco em Becherbach, na Alemanha. Sauerbronn viajou a bordo da fragata Argus, a primeira embarcação a trazer os imigrantes alemães que formaram a primeira comunidade em solo brasileiro, da qual foi o primeiro pastor luterano.
O culto foi celebrado em português, inglês e eslovaco, com participações em alemão, possibilitando uma diversidade cultural entre luteranos. O coral da comunidade apresentou-se e despertou a atenção dos europeus. Ao meio-dia, almoçaram um churrasco, saborearam frutas tropicais, conheceram o cemitério Jardim da Paz e fizeram perguntas sobre os primórdios da igreja luterana em solo brasileiro.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Carnaval: do folclore à paixão
Antonio Carlos Ribeiro
Esse confronto entre a instituição síntese dos poderes e os populares sempre teve alto custo humano, mas ela o fazia a partir dos interesses que representava. A repressão produziu sofrimento, registrado na pintura Combate entre o Carnaval e Quaresma, de Brueghel, obrigando a Igreja à atitude de tolerância. As elites perceberam que a festa proporcionava uma catarse sem a qual o ressentimento surgido da exploração, dominação e opressão poderia resultar numa reação popular explosiva. A sacralização da festa pagã afirmou o Sagrado, impôs as cinzas da penitência e a aprisionou no calendário religioso. A um só tempo.
No Brasil as festas do carnaval se desenvolveram nos últimos séculos como manifestações populares que traduzem as facetas originais e inconfundíveis da nossa cultura, cujas principais matrizes são o frevo e o maracatu, de Pernambuco, os afoxés e o samba da Bahia, e os diversos amálgamas que acompanharam as transformações do entrudo no Rio de Janeiro. Isso estimulou a manifestação das ricas culturas regionais, especialmente nas últimas décadas.
Matriz dos festejos no Brasil colonial e monárquico, o entrudo incluiu da violência à festa. Consistiu em atirar água de bisnagas, limões de cera, pó ou cal nos transeuntes. Com o avanço da urbanização, passou a jogar água perfumada – os limões de cheiro – vinagre, groselha e vinho, com a intenção molhar ou sujar o passante despercebido. Em princípios do séc. XVII surgiram alvarás e avisos contra essa prática, sem sucesso. Nem com a denúncia da imprensa ou o apelo das autoridades.
O primeiro baile carnavalesco foi em janeiro de 1840 no largo do Rocio, centro da capital imperial, tendo vindo com a notícia dos bailes de máscaras na Europa. Depois passaram às casas de espetáculos. Chegaram os “arrastados”, feitos em casas de família, ao ar livre, matinês dançantes, em circos e só para crianças. A partir de 1900 passaram a ser feitos em clubes como o ‘High Life, os Teatros Fênix e Municipal do Rio de Janeiro, o Baile dos Artistas’, em hotéis de luxo como o ‘Glória, o Palace, o Copacabana e o Quintandinha’, em Petrópolis, e em cassinos, boates e grêmios recreativos como ‘Cordão do Bola Preta, Baile dos Pierrôs’. E, por último, os ensaios de ‘escolas de samba’ e ‘blocos’.
Os ritmos que animaram essas expressões folclóricas também mudaram. Primeiro veio a polca, a quadrilha, a valsa, o tango, o cake walk, o charleston e o maxixe. Eram as overtures de ópera, os corpos de coros e instrumentos de percussão que faziam o salão ‘pular’. De 1834 a 1930 a participação exigia máscara – introduzidas pelos franceses em 1834 – retratando personagens folclóricos como o diabinho, o velho, a caveira, o burro doutor, o palhaço, o índio, a mula-ruça, o sujo e as disformidades. As máscaras eram de cera, de veludo, de papelão e com acabamento sofisticado.
As fantasias retratavam princesas, pajens, dançarinas, dominós, pierrôs, arlequins e colombinas, fidalgos, polichinelos, vivandeiras, guerreiros, odaliscas, borboletas e jardineiras. Essa diversidade fez surgirem concursos de fantasias, com fino acabamento e disputas entre figurinistas. A população foi perdendo a inibição para brincar o carnaval e os trajes foram ficando sumários, em resposta ao calor e à liberdade de movimentos.
Depois veio o Corso, uma carreata carnavalesca de foliões que brincavam entre si e com os pedestres se confraternizando nas calçadas. É dessa época o confete, o lança-perfume e a serpentina, com a população cantando músicas de carnaval, ouvidas do rádio. A moda passou quando os carros conversíveis deram lugar aos de teto fechado. E a etapa atual é a das Escolas de Samba, que açambarcaram o prestígio dessas manifestações e as disseminaram pelo país.
Do folclore, o carnaval avançou para o conteúdo. Nas últimas décadas, ganhou consistência para confrontar credos religiosos, criticar costumes e fazer denúncias sociais, como o poder conservador das elites, a corrupção nos poderes republicanos, o sofrimento das classes populares, e sobretudo o poder religioso com apoio dos demais. Estes perceberam o efeito da publicidade ao ridicularizar suas falhas. Esse avanço propiciou a maturidade. No carnaval passado a Igreja conseguiu proibir uma imagem, mas a escola de samba venceu o desfile. No júri popular e no oficial.
Extraído de Novolhar, v. 10/43, jan.-fev. 2012, p. 18-19.