sexta-feira, 22 de julho de 2011

Vigília, missa e caminhada lembram 18 anos da chacina da Candelária

Antonio Carlos Ribeiro


Rio de Janeiro – Uma vigília iniciada na noite do dia 21, seguida de missa e caminhada, relembrou a morte de crianças na porta da Igreja da Candelária, no centro. A ministra-chefe da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário, pediu "que essa brutalidade, gravada significativamente na história da nossa cidade e do nosso País, nunca volte a acontecer".




A Igreja da Candelária ficou cheia de crianças e representantes de entidades dos direitos humanos. O padre Sérgio Marques iniciou a celebração dizendo que as tragédias no Brasil precisam ser lembradas. E agradeceu a Deus pelos 21 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).


A "Caminhada em Defesa da Vida! Candelária Nunca Mais!", realizada hoje, contou com a presença de representantes da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, integrantes de Organizações Não-Governamentais (ONGs) e da sociedade civil. Os manifestantes saíram da igreja e seguiram pela avenida Rio Branco até a Cinelândia. O objetivo era não esquecer as vítimas, a maior parte crianças, mortas por policiais na porta do templo.


A ministra Maria do Rosário, lembrou das "mães de maio da Baixada Santista, das mães do Espírito Santo e das mães de Realengo", pedindo que elas "encontrem em Deus a força para seguir adiante". Pais e alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, onde 12 crianças foram mortas, também participaram da vigília, da missa e da caminhada.


As seis crianças e dois adultos, moradores de rua, foram assassinados por policiais militares em 23 de julho de 1993, enquanto estavam dormindo. As investigações mostraram que um grupo de crianças e adolescentes assaltaram a mãe de um policial militar no dia anterior, mas não afastaram a hipótese de que os assassinos integravam um grupo de extermínio, cujo objetivo era "limpar" o centro histórico.


Eles abriram fogo contra mais de 70 crianças e adolescentes moradores de rua. Um dos sobreviventes do massacre, Sandro Barbosa do Nascimento, sequestraria o ônibus 174 em 12 de junho de 2000. Uma de suas reféns, usada como escudo durante o cerco policial, acabou morta.

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